É
impossível deter a noite
e
suas estrelas cadentes
o
movimento dos planetas
o
sussurro da chuva
transformando-se
em tempestade
e
tudo que nos cerca
nos
envolve
paixão
que vem na bagagem
traseira
de cometa, viagem
a
via Láctea derrama seu néctar
átomo
cristalino no leito adormecido
e
algumas saudades que em balsas vão embora
talvez
a plenitude não tenham conhecido
assim
como dividir a solidão
duas
montanhas separadas por uma linha imaginária
linhas
feitas de giz e carvão
ouvir
o outro é sempre uma doação
como
a água enamorada
amando
umas às outras
faz
nascer as nuvens
as
nuvens gozam em forma de trovão
é
impossível deter a noite
e
os deuses que ela invoca
os
planetas em comunhão
a
magia da imensidão
deixar-se
tocar é completar um abraço
ninguém
abraça sozinho
nem
os rios, nem os ventos
nem
o verde ou o azul
e
amar é o exercício de dividir a solidão!
PRISCILA MODANESI
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