poemaemcontagotas

poemaemcontagotas

Pesquisar este blog

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Amor de mãe, incondicional...


Assim, de repente a vida muda... Vira de cabeça pra baixo e a gente não está mais onde queria estar...
Um sopro de Deus ou do Diabo: a casa cai, como num castelo de cartas!
Muita mágoa... é difícil vencê-la. Passar por cima dos sentimentos, do ego, dos desejos pessoais, abrir mão de si para se dedicar à outra pessoa.
É preciso vomitar, vomitar essas sensações ruins, esses pensamentos obscuros, aperto no coração.
começar de novo, do zero, mas com a bagagem cheia, transbordando, de vivências, experiências e amarguras... Deixá-las no caminho é quase impossível, essas coisas a gente carrega junto, peso nos ombros, sombra no olhar, cicatriz na alma.
Sorrir de verdade com leveza, é quase impossível.
Talvez um dia o medo de tentar de novo se dissipe, mas a vida é curta e a gente envelhece...
Envelhecer com essa tristeza não faz bem, a gente se sente ímpar no mundo, sem um lugar, um conforto, uma estação segura...
Outra vez tento me reerguer... Outra vez a fênix precisa renascer, das cinzas de uma vontade, uma situação que nunca quis... Tentei equilibrar, mas o teto de vidro estilhaçou-se no chão de espinhos.
Descalça, me feri, me parti... Minha cabeça sangra, meu coração chora, solitário e, ao mesmo tempo, cheio de amor, aquele único e incondicional: amor de mãe!
Esse amor que tira a gente da solidão, vontade de se fechar no escuro, que nos sacode, nos reanima... Que nos traz de volta do limiar da morte. POr ese amor, essa ânsia, esse desejo de estar perto deles, de criá-los e vê-los crescer... Do medo de vê-los sofrer sem nossa presença. Um filho precisa estar com sua mãe, precisa ter o dreito de se aninhar em seu colo, dizer e ouvir "eu te amo" quantas vezes for...
Uma mãe precisa sentir o aconchego das mãozinhas fofas, o acalento das risadas, a cara de sono, a eterna alegria de descobrir o mundo.
Esse intenso amor, que nasce dentro das mães, que é gerado e fica guardado no ventre, que a gente carrega por tanto tempo, que é parte de nós... Esse intenso amor consegue nos livrar do precipício,nos faz desistir de pular...
Quando estamos vulneráveis, nosso instinto nos transporta direto aos filhos, queremos protegê-los a todo custo e dói não poder acarinhá-los como gostaríamos...
Mães e filhos, amor puro e incondicinal.
Um salva o outro e lado a lado constroem uma experiência de estar no mundo cheia de amor.
Ser mãe é um ato de coragem, de doação e de abdicação...
Agora me encontro confortada: mergulhando fundo em seus olhares, sorrisos e cheiros... Aninhada no corpo quente, no beijo melado... O resto fica pra depois, ou pra nunca mais!