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sábado, 5 de outubro de 2013

LADAINHA DO NEGRO


Soa triste o canto negro dos irmãos da minha Pátria

Voam longe os dias em que ficávamos exaustos de dançar... apenas de dançar...

Ficou para trás o horizonte, o nosso berço, a nossa liberdade

Ficaram as marcas de aço e chicote em nossa pele

O gosto de sangue, o cheiro da morte, o acorde das lágrimas

O mar abraçou nossas feridas, mas não conseguiu curá-las

A honra, de tão pisoteada, adormeceu em nossas almas

O canto silenciou nas noites escuras

Os monstros marinhos devoram os que não suportam

Os que sucumbem à ganância e aos maus tratos

Oxalá, Oxalá, olha por nós!

Traz-nos tua força Guerreiro Ogum!

Que os pretos d’Angola não aguentam mais chorar...

Esse chão que recebe nossos pés é árido demais

O sol queima nossa pele, quente demais

A água não mata a sede, a comida não mata a fome

A escravidão nos mata, Oxalá!

Oxalá, Oxalá olha por nós!

Que os ‘preto’ ‘tão tudo triste

A gente se olha, a gente chora

A gente se cala e calado se pergunta se a paz ainda existe!
 
TEXTO DE PRISCILA MODANESI

 

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