Hoje eu acordei e somente hoje pude observar o tempo
por um instante quase que roubado, imperceptível...
vibrante como o coração
pude estar ente o tempo e eu
era quase palpável
quase pesado demais para suportar
o tempo que resolveu se apresentar
e eu, que de tempos em tempos mergulho fundo no vazio
olhei pro tempo feito menina que roda a saia favorita
ou feito uma bolha de sabão que encanta dois segundos e... estoura!
o tempo mostrou-se traiçoeiro
excitante
inquieto
um tempo melhor pra eu gostar de mim
pra eu rever a mim mesma
na pausa do tempo
como rio sem vento que balance as águas:
esse momento parado foi o suficiente
para deixar no vazio apenas o que não suporto
para me desapegar de vícios supérfluos
como a mania de perseguição
a descrença no outro
a insegurança de receber um carinho inocente
a revolta da pele grudada em meu corpo.
e quando sem tempo de consertar tudo de necessário em mim
o tempo sorriu com os lábios entreabertos
e fugiu...
o tempo passou num sorriso
e eu, feito a carruagem que virou abóbora
o sapatinho esquecido na escada
voei... abri os braços e voei no lugar
porque num sorriso o tempo foi meu amigo
e pude gostar mais de mim!
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